Separando a persona da personagem. Dividida em múltiplas atenções, ao que desprende e ao que prende, ao que pretende e ao que é urgente, deixo-me de lado em poucas evidências de foco. Me catalisam, parabolicamente. Uns em necessidade da minha atenção, outros em incomodo. Subo e desço, velut luna. Me liberto em existência. E palavra escrita.

27 de out. de 2008

Depois do dia 26

Uma segunda de silêncio...
A cidade está quieta.
Nem em alegria, nem em paz.
Em suspenso.

Qual a melhor escolha?
Aquilo que não se quer, ou aquilo que não se pode querer?
Uma verdade sobressalta (e verdade é aquela que não permite versões avessas):
Política e religião, não!

No século passado, em meados de 90, estava num ônibus que vinha da Pampulha em direção ao Centro.
Eu, sentada nos últimos bancos, assistia ao entulhamento de gente, ponto a ponto.
Percebi, ao conseguir desvencilhar da atenção ocular, os sons que produziam as palavras lá ditas:

- Que Belo Horizonte se transforme numa grande igreja!
- Aleluia! - emocionados os fiéis.

Rezei que não fosse hoje.