Separando a persona da personagem. Dividida em múltiplas atenções, ao que desprende e ao que prende, ao que pretende e ao que é urgente, deixo-me de lado em poucas evidências de foco. Me catalisam, parabolicamente. Uns em necessidade da minha atenção, outros em incomodo. Subo e desço, velut luna. Me liberto em existência. E palavra escrita.

17 de dez. de 2010

verdade

A verdade é poderoso produto de consumo no século XXI.
Não é conceito abjeto. Mas é ação impensada e incomedida como qualquer reflexo espelho. 
É quando se faz perigosa.

O sigilo à segurança não deve obscurecer a transparência pela ética. E ética é base para a segurança e conforto comuns.

Um temor paira.
Onde serve como inédito esse medo, se a verdade posta nem é tão desconhecida assim?

Mais que os erros alheios, os nossos próprios estarão à prova e vista:
- Estou eu pronto para contar-lhe tudo?
Não!

Tenho os meus segredos e não gostaria de ser fotografado, no meio da rua, num instante de impolidez distraída. 
Me lembrei agora do filme "Os Invasores de Corpos" (1978).
E uma revelação dantesca se faz do apocalipse. Pessoas sendo perseguidas para linchamento por dezenas de zumbis cheios de valores corretos.                                                             

Os dois lados de uma mesma moeda de um mesmo valor são postos à nossa frente. Quando o sofismo se tornar corrente, o jogo vai pra xeque seguido de "o rei está morto".

Esta é a grande chance de provar que o poder é caótico e frágil. 
De um lado, basta um click no gatilho para silenciar a Wall Street. Do outro, miras a laser e um GPS no tornozelo rastream o inimigo com tecnologias mais perversas que as de 68.

O peso da verdade. 
E quão leve se faz quando providência.

Afinal, a verdade é uma só: a que matou John Kennedy, matou Michael Jackson.

Acusamo-nos todos para nos tornarmos livres.